terça-feira, 2 de setembro de 2014

O cubo de doces japoneses

Para os viciados em açúcar, o Japão tem um monte de variedades de doces, quase tão grande quanto a culinária portuguesa. No entanto, o gosto é duvidoso.

O grande astro entre os doces são os recheados com feijão. E dentro deles existem dois tipos: com a casca ou sem casca. Particularmente achei uma bosta. Feijão doce não me agrada.

Outro tipo bem comum é o doce de chá verde.  Aliás, o Japão tem tudo com chá verde até sorvete.  Também não curti.

Para quem quer variedade, uma boa dica é a loja The Cube na estação de Kyoto. Apesar do nome, ninguém fala inglês e o chute nas escolhas é quase a única opção.







sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Lost in translation versão Kyoto

Essa é a história de como fomos parar num bar local ou de como é difícil dar e seguir dicas de restaurantes no Japão. O Rodrigo foi tomar banho e me passou a missão de escolher o lugar onde jantaríamos. "Dá uma olhada nas sugestões do guia", ele disse. A questão é: de que adianta pegar o nome e o endereço do restaurante se na porta do dito cujo vai estar tudo escrito no alfabeto japonês?! Ideia! Recorri ao Google maps e a opção "Perto de você" que a ferramenta oferece (propaganda gratuita sem qualquer retorno financeiro pro blog. Pena...).

A solução foi boa. Salvei as foto da fachada e as informações do restaurante que mais me atraiu. E, claro, pegamos as indicações do mapa. Chegando lá, como imaginávamos: não adiantou de nada saber que o nome do lugar era Hirarintei. Chegamos ao prédio pelo mapa e pela foto do street view. Mas só conseguimos identificar o que procurávamos pelo número do telefone impresso, entre mil ideogramas, nos anúncios da portaria. Bingo!

A primeira surpresa ao sair do elevador é que se tratava de um bar e não de um restaurante (valeu, Google!) e a suspeita, ao olhar o público em volta, se confirmou ao recebermos o cardápio: era um bar local, nada de menu em inglês.

No chutômetro, olhando as fotos (essa é a colher de chá que dão para os estrangeiros, já que os garçons também não falavam inglês), escolhemos tempura de peixe e um macarrão com cogumelo, presunto e um molho desconhecido que se revelou bom. Ah! Para garantir que alguma coisa, pelo menos, daria certo, Rodrigo também apelou para uma porção de batatas fritas.

De frente para o Torre de Kyoto, numa salinha (bota inha nisso) reservada, nos divertimos mesmo com a cerveja quente. E no segundo tempo nos arriscamos numa seleção surpresa de espetinhos de tempura. Teve batata, queijo, camarão, ovo de codorna, peixe e outros objetos comestíveis não identificados.

A conta da aventura deu menos de R$ 50.

Se não podemos dar muitas sugestões de restaurantes no Japão, ao menos vale uma dica: se jogue e divirta-se!




O verdadeiro café da manhã japonês

Sabe quando você levanta da cama pensando: "Acordei com uma vontade de comida japonesa". No Japão,  seu desejo se torna realidade. E no café da manhã.  Estávamos em uma hospedaria na cidade de Nara e pedimos o 'japanese breakfast'. Que experiência!
A mocinha era quase uma mucama tal sua subserviência.  Muito simpática, ela tentava falar inglês conosco com seu vocabulário de 25 palavras. Mas voltemos ao café da manhã.  Para começar um chá quente sem nenhum tipo de açúcar.  Em seguida veio o pão,  mas ele estava boiando em uma bem temperada sopa.
Se você pensou sopa no café da manhã,  aaargh, espere. Após isso veio uma tigela de arroz (sem nenhum tempero, nem sal) aquela alga que usam para segurar o peixe no sushi e um monte de opções.  Resumidamente,  um faça você mesmo. Ou seja, montamos o sushi e comemos.  Tinha peixe, abóbora,  ovo, nirá,  tofu, salmão grelhado...
Então...quando sonhar com comida japonesa o faça depois das 12h.







segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O grito

Japoneses são calmos. Essa foi uma das premissas que confirmamos no Japão.  Além disso, são muito educados. Para se arrancar um grito de um nipônico é preciso se esforçar.  E eu, mesmo sem querer, consegui.

Procurando um restaurante, achamos outro. Estava tudo em japonês e a única coisa que entendemos é que você poderia comer o que quisesse em 90 minutos. A moça que veio nos atender não falava inglês (novidade) e logo chamou uma outra moça que se comunicava conosco por palavras-chaves.  Resumidamente, você escolhia dois sabores de sopa. As panelas ficavam ligadas à um fogão.  Aí se colocava tudo ali. Cogumelos, macarrão,  carne. Todos crus para cozer ali.

A moça não conseguiu explicar direito (ou eu não entendi) e peguei um chicken ball que parecia comestível.  Peguei um pouco para experimentar e a garçonete soltou um "Noooooo". Eu precisava colocar o frango antes. O pior vocês não sabem. Estava melhor e mais bem temperado cru do que depois de entrar na água suja.

Feijão e suas más companhias

Arroz com feijão estão sempre juntos como num casamento perfeito. E separados eles vão de mal a pior. Pelo menos no Japão. 

Enquanto o arroz tem a bela companhia dos peixes nos sushis, o feijão (ou afrodescendente dos grãos para os politicamente corretos) tem andado com maus elementos como farinhas e açúcares. 

Comemos outro dia um bolinho. A massa era leve, deliciosa. Mas quando chegou o recheio, que achamos que era chocolate,  era feijão.  Na verdade,  eram dois. Num o feijão tinha casca e no outro não.

Lembrei que nosso amigo negro (pode escrever negro?) já esteve mais bem acompanhado. É aquela história do diga-me com quem andas que eu direi quem és.

sábado, 23 de agosto de 2014

Pescar num hotel em Tóquio? Nem pensar

No nosso primeiro jantar no Japao, não arriscamos muito. Cansados e ainda nos adaptando ao fuso, preferimos escolher um dos restaurantes do hotel, o Shinjuku Washington, que mais parece um shopping, tamanha as opções dentro do prédio.

Ficamos com o que parecia mais divertido. Sentados numa mesa barco, assistimos à pescaria de outros clientes. Cada vez que um deles conseguia fisgar algo, os garçons faziam uma cantoria que parecia um agradecimento. Vimos uma menina fisgar uma lagosta que logo estaria em seu prato.

Como eu não gosto da ideia de comer algo que eu acabei de ver vivo, fomos direto aos pratos. Também sem riscos: polvo à milanesa de entrada (delícia) e yaksoba de frutos do mar.

Pedi também um saquê, para brindar o momento. Nada de sal na borda e copo quadrado. Aqui, a bebida é servida em copinho redondo.

Saímos satisfeitos do restaurante , mas senti uma frustração no Rodrigo por eu não ter topado a brincadeira das pescaria. Fica para a próxima.

Onde está Wally? Ou o restaurante?

Nosso almoço de estréia em Tóquio foi uma grande epopeia. Pesquisamos antes, do hotel, onde e o que queríamos comer. Escolhemos um all you can eat japonês que parecia bem interessante, cabia no tamanho da nossa fome e era perto de onde estávamos. Anotamos o endereço, checamos a localização no mapa e partimos. Mas... Quem disse que a gente conseguiu entender a lógica da numeração dos prédios?!

Depois de andar de um lado por outro, tentar decifrar os poucos números e letras entre um mar de ideogramas, acabamos escolhendo um restaurante com fotos de pratos que pareciam apetitosos. Contou para a decisão a mocinha que segurava na porta do prédio o cardápio com as fotos e preços - também estamos perdidos na conversão e no poder de compra do iene. Depois de nos mostrar suas opções e fazer sua incompreendida propaganda, a japonesinha nos acompanhou ao oitavo andar do edifício, onde ficava o restaurante. Nessa rua de Shinjuku - bairro em que estamos hospedados - a maior parte dos restaurantes fica no alto dos prédios. O nosso era no 8F. Descobrimos que esse F era andar, depois de várias especulações. Mas também vimos alguns 2B, 3C... Novas descobertas serão atualizadas aqui...

Sentados em almofadas e sem sapatos, bem ao estilo japonês que já conhecemos, descobrimos que o restaurante era do tipo que o prato é preparado à mesa. Entre nós dois, uma chapa quente onde nossa comida seria despejada. Do menu inglês que providenciaram, demos preferência aos que eram identificados como pratos populares da culinária local.

Rodrigo escolheu mix monja, com ovo, camarão, carne de porco e um creme que não conseguimos identificar. Foi fácil preparar. Como o ovo dá liga, logo conseguimos dar forma a uma espécie de omeletão japonês. A dica do garçom que arranhava inglês deu mais sabor à comida: misturar um molho que parecia o de yaksoba e maionese. Ficou bom! E não foi muito difícil comer com hashi, o talher japonês.

Aí veio o meu prato... Okomiyaki: camarão, carne de porco, repolho... Nada de ovo e, em vez de creme, um caldinho branco. Tive a infeliz ideia de derramar o líquido na chapa e esfumaçou tudo. Foi a deixa pra garçonete vir e nos ajudar no preparo. Ela despejou a parte sólida e picou tudo em pedaços bem pequenos - e cada vez que ela fazia isso eu me perguntava como ia comer de palitinho. Depois, fazia um buraco e jogava o caldo no meio, com shoyo e misturava de novo. Fez isso umas três vezes e nos entregou a comida. A cara não ficou muito boa, mas eu que sou chegada a fazer essas misturas em casa, curti.

As primeiras surpresas do Japão

Estamos no Japão! E a primeira constatação óbvia é que é tudo muito diferente. A segunda é que comer por aqui é uma aventura. Para o café da manhã, entramos num 7 Eleven, loja de conveniência que aparece a cada quarteirão de Tóquio, e começamos o que seria nosso desafio dali pra frente: deduzir o que estava à nossa frente. Não há etiquetas em inglês ou mesmo em japonês em alfabeto ocidental pra dar aquela procurada no Google. E perguntar pro atendente não facilita muito. Ele vai ser muito simpático, sorridente e atencioso. Mas em 90% dos casos vai falar com você em japonês. Entre os 10%, a maioria tem apenas alguma noção de inglês. Mas 100% vão te tratar muito bem, o que ajuda a manter o humor mesmo se a fome for muito grande.

Perdido na tradução, o jeito é apostar no que se parece o lanche na sua frente. O Rodrigo pegou um saco de brioches que, supresa!, eram recheados de manteiga. Eu optei por uma baguete que parecia ter uma grande fatia de queijo amarelo dentro. Pedi, apontando pro forninho, para esquentarem e fui prontamente atendida. Alguns segundos depois: ué, cadê o queijo? Pela consistência, percebi que comprei pão com manteiga, mas na primeira mordida, mais uma novidade: era um manteiga bem doce, quase leite condensado.

Tudo bem, a dieta está de férias mesmo e ficamos bem alimentados.

domingo, 17 de agosto de 2014

Arnold Palmer de volta à minha vida

O nome é Arnold.  Arnold Palmer.  Quando li no cardápio me foi familiar. Depois lembrei que tinha um famoso jogador de golfe. Tive um jogo de videogame com esse nome. Mas em Los Angeles é também uma bebida.  Metade de limonada e metade de chá gelado. Tão bonito quanto gostoso apesar da grande quantidade de açúcar que tudo tem por aqui.

O nome da bebida é por causa do golfista,  um dos maiores da história do esporte. Ele costumava beber isso na sua casa e pediu nos anos 60 durante um US Open de Golfe e virou moda nos Estados Unidos. 

Nos Estados Unidos, os indianos não são bons apenas em matemática

Hérica já esteve nos Estados Unidos. Eu já morei aqui por cinco meses. A 'lenda' que se come mal no país nunca nos pegou. O primeiro dia em Los Angeles só corroborou isso. Fomos ao India's oven,  um restaurante indiano. Nunca tinha provado essa culinária.  Confesso que curry nunca me encheu os olhos e a pimenta era necessária tanto para isso quanto para enaltecer o prato.

Porém,  não sou do tipo preconceituoso (em gastronomia) e fui o primeiro a aceitar o desafio. Pedimos um pão com alho que era simplesmente delicioso. O frango bem eio. Parecia um creme de espinafre.  Mas era sensacional com um ligeiro toque adocicado (creio que alguma coisa de coco). Deu vontade de lamber a panela.

Ainda tinha o arroz com curry,  mas nada daquela amarelinha o que comi no Brasil. Era um areia molinho quase um lamen com uma pitada de curry.  O arroz fazendo o papel de arroz que é acompanhar.  Para completar,  um cordeiro.

Nas bebidas, dois tipos de cerveja. A taj Magalhães era fraquinha e não estava tão gelada.  A Kingfisher era uma delícia.  Encorpada, com uma espuma deliciosa até pra quem não gosta de espuma como  eu. Melhorou até minha dor de cabeça causada pelo Jet leg.  Foram 12h de vôo e não podíamos dormir. Afinal, acertar o fuso era uma necessidade.