domingo, 12 de junho de 2016

Cais, um lugar com quê de antiguidade, mas com comida nova e boa




Na música do Paralamas do Sucesso, "O expresso do oriente  rasga a noite, passa rente", mas na Europa era o trem que faz até hoje a longa e linda viagem entre Paris e  Istambul. Mas nós atracamos mesmo foi no restaurante Cais, que até 2013 tinha o charmoso nome de Cais do Oriente.

O nome era uma referência ao casarão onde serve sua comida na rua Visconde de Itaboraí 8, no centro do Rio. A construção foi feita com pedras, tijolos e óleo de baleia e ali tinha antigo armazém de especiarias e produtos vindos do Oriente. Mas vamos falar de comida. Comi uma picanha de carne de sol com tropeiro, aipim e purê de baroa. Hérica foi de gnocchi de baroa ao molho lasgostim.

Uma delícia de comida e de dia dos namorados.



terça-feira, 19 de maio de 2015

Blini, a deliciosa panqueca russa



Onipresente nos cardápios russos, o prato é muito mais do que uma panqueca, sua tradução mais simples. Não apenas pela massa, bem fininha e leve, mas pela tradição em torno da refeição. Antigamente, mulheres que davam à luz se alimentavam de blini, que também eram servidos em casamentos e funerais. 

Hoje, os restaurantes oferecem a versão tradicional, aberto e redondo, e também como rolinhos fritos, que lembram os harumakis japoneses. O recheio clássico é caviar, mas também é muito comum encontrar as opções salmão, anchova, arenque, queijo e cogumelos. Todos acompanhados de creme azedo. Isso se você estiver procurando a entrada ou um prato principal mais leve. 

Na sobremesa, as geleias de frutas vermelhas são as que fazem mais sucesso dentro do blini.

Georgia on my mind


Já ouviu falar da Georgia? Um país pequeno com 69 mil km, um pouquinho maior do que a Paraíba. Então, ouvindo, ou não, falar hoje você saberá um pouco mais da culinária do país. Mas por que diabos falar desse país numa viagem a Moscou? Além da proximidade entre as duas nações, a culinária georgiana está presente por toda a Rússia e é apreciadíssima.

Na terra de Stálin (sim, o líder russo nasceu numa cidadezinha georgiana chamada Gori) se come com fartura. Chegamos ao Café Natahtari depois das 16 horas e morrendo de fome. Como sempre entramos por acaso e uma moça muito simpática nos atendeu sem falar uma palavra de inglês.

Na base da mímica, pedi uma limonada com frutas. E a surpresa foi bem legal. Na hora do pedido, a garçonete sugeriu um carneiro e aceitamos. Depois, sugeriu outro prato para acompanhar, nós não entendemos direito o que era, mas topamos a empreitada. 


Veio comida para caramba!!!!! Era um carneiro inteiro, bem temperado. Para completar, algo como uma massa de pizza caseira com bastante queijo. Já disse que era comida para caramba? Saímos de lá como se tivesse comido um boi, digo carneiro.

Na nossa impressão da culinária da Geórgia ( o nome do país é uma homenagem a São Jorge) é que se come muto e bem. Pensei em tomar uma sobremesa, mas era impossível. Não tinha espaço disponível.

Café Natahtari
http://cafenatahtari.ru/en/menu/





terça-feira, 21 de abril de 2015

Pão pão, queijo queijo... E alguns ingredientes de brinde

Aí você lê no cardápio "sanduíche de queijo e presunto" e pensa que um misto quente pode ser uma boa opção para o café da manhã. Mas quando seu pedido chega, você descobre que, na Rússia, sanduíche de queijo e presunto também inclui picles, tomate e muita maionese (como os russos amam maionese!). Não estava ruim, mas como isso se repetiu em outros cafés, percebi que se quisesse realmente comer um simples misto quente teria que ser bem específica enquanto estivesse por lá.


Daí me lembrei de uma amiga que, enquanto estava no México, fazia mímica pros garçons para deixar claro que só queria pão+queijo+presunto+pão. Mesmo assim ainda havia quem estranhasse e voltasse para perguntar: mas nem um pouquinho de guacamole?


Ah, as diferenças culturais... Não são uma delicia?

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Bife de rena, carne nova no pedaço


Toda vez que se viaja é importante deixar preconceitos e aparências de lado para se experimentar. Como dizer que não come isso ou não gosta daquilo sem tentar? Foi isso que eu fiz no restaurante Savotta, na capital da Finlândia.  Pedi uma carne de veado, ou politicamente correto,  rena.

Confesso que não tinha grandes expectativas. Apesar de ser algo novo, nunca me atraiu. Via no bicho algo muito musculoso o que não me apetecia. Mas quem disse que o novo não pode ser um escândalo? 

A carne é espetacular.  Supermacia, muito mais saborosa do que vaca, porco ou frango. A única com tanto sabor que eu experimentei foi a alpaca. Para acompanhar quase tudo com gosto neutro. Purê de batatas, pastinaca (um tipo delicioso se cenoura) e cramberries (esse com um azedinho que fez um ótimo contraponto).
Muito bom ter experimentado. Agora já sei por que o papai noel tem aquela barriga: churrasco de renas.

O refrigerante finlandês

Experimentamos na Rússia, uma bebida bem diferente que nos agradou. A limonada vinha com limão,  água com gás e muitos pedaços de morango. A esquisita mistura é deliciosa e ao vermos num cardápio na Finlândia não tivemos dúvidas.

Só que quando a garçonete chegou nada daquilo apareceu. Apenas uma garrafa com os dizeres limonada de morango em finlandês. 
Hérica não bebe refrigerante e tive que tomar quase tudo. A bebida não é ruim, mas pouco tem de limão.  Seria algo como uma fanta morango,  menos doce. 

Deu pra levar, mas com uma pontinha de decepção.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Na Rússia, Reverências a Napoleão

Se essa receita existisse no seculo XIX certamente Napoleão Bonaparte teria decretado o bloqueio continental por motivos bem mais doces. O Napoleon é um doce tipicamente russo que é um mil folhas com um recheio de creme, tipo leite condensado, muito leve. Uma delícia. Não é superdoce, nem enjoativo.

O nome veio da festa de 100 anos do exílio Napoleão Bonaparte na Rússia. Comendo essa iguaria, ele fixaria uns 500 anos por aqui. Sem reclamar.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O cubo de doces japoneses

Para os viciados em açúcar, o Japão tem um monte de variedades de doces, quase tão grande quanto a culinária portuguesa. No entanto, o gosto é duvidoso.

O grande astro entre os doces são os recheados com feijão. E dentro deles existem dois tipos: com a casca ou sem casca. Particularmente achei uma bosta. Feijão doce não me agrada.

Outro tipo bem comum é o doce de chá verde.  Aliás, o Japão tem tudo com chá verde até sorvete.  Também não curti.

Para quem quer variedade, uma boa dica é a loja The Cube na estação de Kyoto. Apesar do nome, ninguém fala inglês e o chute nas escolhas é quase a única opção.







sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Lost in translation versão Kyoto

Essa é a história de como fomos parar num bar local ou de como é difícil dar e seguir dicas de restaurantes no Japão. O Rodrigo foi tomar banho e me passou a missão de escolher o lugar onde jantaríamos. "Dá uma olhada nas sugestões do guia", ele disse. A questão é: de que adianta pegar o nome e o endereço do restaurante se na porta do dito cujo vai estar tudo escrito no alfabeto japonês?! Ideia! Recorri ao Google maps e a opção "Perto de você" que a ferramenta oferece (propaganda gratuita sem qualquer retorno financeiro pro blog. Pena...).

A solução foi boa. Salvei as foto da fachada e as informações do restaurante que mais me atraiu. E, claro, pegamos as indicações do mapa. Chegando lá, como imaginávamos: não adiantou de nada saber que o nome do lugar era Hirarintei. Chegamos ao prédio pelo mapa e pela foto do street view. Mas só conseguimos identificar o que procurávamos pelo número do telefone impresso, entre mil ideogramas, nos anúncios da portaria. Bingo!

A primeira surpresa ao sair do elevador é que se tratava de um bar e não de um restaurante (valeu, Google!) e a suspeita, ao olhar o público em volta, se confirmou ao recebermos o cardápio: era um bar local, nada de menu em inglês.

No chutômetro, olhando as fotos (essa é a colher de chá que dão para os estrangeiros, já que os garçons também não falavam inglês), escolhemos tempura de peixe e um macarrão com cogumelo, presunto e um molho desconhecido que se revelou bom. Ah! Para garantir que alguma coisa, pelo menos, daria certo, Rodrigo também apelou para uma porção de batatas fritas.

De frente para o Torre de Kyoto, numa salinha (bota inha nisso) reservada, nos divertimos mesmo com a cerveja quente. E no segundo tempo nos arriscamos numa seleção surpresa de espetinhos de tempura. Teve batata, queijo, camarão, ovo de codorna, peixe e outros objetos comestíveis não identificados.

A conta da aventura deu menos de R$ 50.

Se não podemos dar muitas sugestões de restaurantes no Japão, ao menos vale uma dica: se jogue e divirta-se!




O verdadeiro café da manhã japonês

Sabe quando você levanta da cama pensando: "Acordei com uma vontade de comida japonesa". No Japão,  seu desejo se torna realidade. E no café da manhã.  Estávamos em uma hospedaria na cidade de Nara e pedimos o 'japanese breakfast'. Que experiência!
A mocinha era quase uma mucama tal sua subserviência.  Muito simpática, ela tentava falar inglês conosco com seu vocabulário de 25 palavras. Mas voltemos ao café da manhã.  Para começar um chá quente sem nenhum tipo de açúcar.  Em seguida veio o pão,  mas ele estava boiando em uma bem temperada sopa.
Se você pensou sopa no café da manhã,  aaargh, espere. Após isso veio uma tigela de arroz (sem nenhum tempero, nem sal) aquela alga que usam para segurar o peixe no sushi e um monte de opções.  Resumidamente,  um faça você mesmo. Ou seja, montamos o sushi e comemos.  Tinha peixe, abóbora,  ovo, nirá,  tofu, salmão grelhado...
Então...quando sonhar com comida japonesa o faça depois das 12h.